19.4.07

Statement

Comecei por entender que a arte é apenas arte, e isto já tem muito que se lhe diga. Aos meus olhos, aos teus, aos de quem passa e fica preso numa obra de arte. Aquilo que sentimos varia com os dias, as semanas, com companhia que levamos ao museu ou à galeria, com quem temos à cabeceira. De qualquer maneira é arte. É cor ou ausência dela, são palavras soltas ou atadas a um papel, um bloco de cimento, uma massa consistente, telas e mais telas que se amontoam, é arte. Podes dizer que é uma porcaria, que é fantástico, que merecia um prémio, que não tem utilidade nenhuma. Vai sempre haver alguém que te contradiz ou que te apoia, mais ou menos, consoante a posição que tem na vida ou da ideia que faz dela. É arte, mall ou bem, está diante dos teus olhos e sentes sempre alguma coisa. Começa por perceber que não adianta discutir sem observar, não se diz bem porque toda a gente diz, nem se diz mal porque sim, ou porque te apetece. Diz bem “like you really mean it” e diz mal, alto e bom som, se tiver que ser. A arte é arte, porque se fala dela. Está lá, incomoda ou satisfaz. Existe.


Anita