8.11.07

O Ilustre

Sentei-me calmamente, enterrando-me no sofá. Sofia desapertava o vestido, lenta e metodicamente. Primeiro os botões de cima e depois os outros. Os dedos finos, cautelosos. Parecia tocar harpa e a antecipação de ver o seu corpo numa nova lingerie deixava-me inquieto. O copo de vinho tinto aquecia na minha mão. E Sofia aquecia a nossa cama com o seu branco corpo e a sua nudez plácida. Chamou-me com os olhos e eu entrei naquele mundo sem portas, que me acolheu como se fosse um ilustre convidado.