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"Queria escrever e não podia; duas ou três linhas depois de começar soltava o papel e chorava de impotência. Eu dizia-lhe que ele era um escritor mesmo que nunca conseguisse escrever uma só folha, e isso consolava-o. queria que eu o ensinasse a escrever, mas escrever não é uma profissão, é antes uma espécie de maldição; o mais terrível é que ele tinha sido tocado por essa maldição, mas o estado em que os seus nervos se encontravam impedia-o de escrever. Nunca gostei tanto dele como naquele dia em que o vi sentado diante do papel em branco, chorando de impotência por não saber escrever."
Reinaldo Arenas, Antes que anoiteça
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