27.2.08

Ladrão de Fogo

"É tarde para tudo senão para escrever. O teu coração tão branco a bater perto de mim. Embora o não ouvisse sei que estava lá."
"Tornei-me invisível. Em primeiro lugar para mim próprio. Em particular os últimos dez anos não sei para onde foram. Agora já posso contar tudo."

Ladrão de Fogo, Pedro Paixão


É estranho pensar que estas palavras poderiam ser minhas.

11.2.08

*O Occy ja apareceu!*



A Primavera começa e fica tudo doido... Mas, felizmente que o Occy (a.k.a Louro Divino) voltou para casa!

9.2.08

Uma boa notícia!


A MILOU FOI ENCONTRADA!!!! ALGUÉM A RECOLHEU EM GAIA (TÃO LONGE DE CASA)!
FICO CONTENTE QUANDO ESTA COISAS ACONTECEM.

Se quiserem ajudar outros meninos e meninas vão a encontra-me.org e procurem por cães que possam estar perdidos na vossa residência!

4.2.08

Bairro do Amor


Também eu tenho o meu Bairro do Amor onde as ruelas são as mais estreitas e tortuosas, onde as escadas são em caracol e nunca se sabe onde acabavam. Também eu te guardo a sete chaves cá dentro sem que ninguém desconfie, nem mesmo tu. Também tenho páginas soltas que não voltam a ser coladas, e segredos que se colam e não me largam. E tenho chocolates nos bolsos. E tenho folhas de chá que secam por entre livros emprestados que nunca mais devolverei. Tenho-te a ti e tu a mim. Não podíamos exisitir um sem o outro e no entanto, estamos sempre longe. Sem ti o meu Bairro do Amor tinha trancas à porta.

1.2.08

VI

Arranca-me os botões. Tira-me os ganchos, as fitas, os fechos. Desaperta-me a roupa. Atira-me contra a parede. Desfaz-te na minha boca, volta ao início, começando pelo fim. Enrola-te em mim, que eu preciso que tu faças tudo isto ou ainda mais. Entra em mim, pelos meus poros. Atravessa-me as veias e deixa-te estar mais um bocadinho aqui. Mais do que é costume.
Para que possa começar tudo outra vez. Para te ter de olhos bem abertos, a percorrer cada parte do meu corpo. Para que possa sentir-te cada vez mais perto, demasiado perto. Para que possa perceber o que faço aqui. O que fazemos nós quando nos olhamos nos olhos. O que fazem os outros quando nos tiram as paredes e os sofás. O que fazemos um ao outro de tão extraordinário que não há palavras para desmanchar as nossas bocas.
Percebes-me? Eu tento. Eu grito. Eu arranco os meus botões. Eu tiro os meus ganchos, as fitas e os fechos. Eu encosto-me à parede e tu não estás. Onde estás? Ainda ontem estavas sentado lá fora. Onde vais? Ainda o mês passado disseste que não tinhas planos.

Arranca-me o coração contra a parede, se não te vais desfazer na minha boca. Que eu fico aqui, irremediavelmente, pendurada no cabide. Na esperança que te voltes a pendurar aqui também.